quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Aqui há coisa Sr Primeiro Ministro

Na 6º feira após ouvir a comunicação ao pais do Sr Primeiro Ministro optei por ficar calada e não comentar nem escrever o que quer que fosse sobre o assunto, preferindo antes escutar atentamente as opiniões e reacções dos portugueses, na esperança de assim compreender  que raio de medidas foram pensadas para o próximo ano.
Depois de saber que após a comunicação aos portugueses o dignissimo Primeiro Ministro foi assistir ao concerto comemorativo dos 50 anos de carreira do cantor Paulo de Carvalho, permaneci em silêncio apesar de ter pensado cá para os meus botões, o Sr não deve andar bom das ideias, não faz sentido nenhum informar os portugueses que as medidas para 2013 irão ser mais austeras, antes de um jogo da nossa selecção e depois ir calmamente em família assistir a um concerto.
Continuei muda mesmo depois de ter lido no Facebook o desabafo do Srº Pedro Passos Coelho sobre o seu estado de espírito na comunicação aos portugueses que iriam ficar ainda mais pobres. Nesta altura fiquei com a sensação que se calhar o dito cujo andava mas era a tomar coisas estranhas que já lhe estavam a toldar o cérebro, sim porque ninguém no seu perfeito juízo iria divertir-se para um concerto e depois escarrapachar as suas mágoas numa rede social.
Comecei a balbuciar algumas palavras após escutar atentamente em versão resumida, com muita paciência, o Sr Ministro das Finanças que muito disse mas pouco ou nada esclareceu. Claro que manteve o fio condutor no que respeita ao empobrecimento do bolso de todos os portugueses mas atreveu-se a chutar umas coisas novas para o ar, provavelmente com a esperança que este novo programa fosse compreendido e aceite pelo povo português e assim, sem mais nem menos, todos os lusitanos deixassem de se manifestar contra este roubo descarado.
Paralelamente ouvi algures que tinham sido enviados uns manuais "pedagógicos" a todos os políticos de relevo, melhor dizendo que interessavam, manuais esses que continham as regras quanto à forma correcta de se pronunciarem sobre esta matéria. Aqui assumo que tive que me rir com o ridículo da coisa, sempre ouvi dizer que quem não deve não teme, e quando se torna necessário  ensinar os outros a falar correctamente sobre determinados assuntos é porque aqui existe qualquer coisa de muito podre que convém esconder ou mascarar.
Assisti e ouvi muito boa gente, entre políticos, ex-políticos, ex-ministros, ex-lideres, economistas, fiscalistas, empresários, gente anónima, etc a expressarem-se veemente nas mais diferentes formas,  o seu desagrado e revolta contra as novas medidas de austeridade, juntado todas as suas vozes numa só em uníssono, não só criticando como também  apelando ao governo que não fosse por esse caminho porque assim o suicídio nacional será certo.
Achei graça perceber que enquanto a austeridade passava essencialmente pelo corte nos salários dos funcionários públicos, sim porque esses não só são considerados a maior despesa do Estado, como também um cancro que não merecem o ordenado que ganham, não houve reacções tão discordantes da sociedade em geral tal como está acontecer agora. Aproveito para relembrar que aos funcionários públicos já foram congelados aumentos nos salários, reduzidos vencimentos, aumentada a contribuição para a ADSE, aplicada a sobretaxa no subsidio de natal, retirado os dois subsídios e mais outras coisas que de momento não me lembro.
Hoje decidi insurgir-me e escrever sobre a questão, não para dizer que estou contra, que é um roubo, que me apetece ir embora daqui, blá, blá, blá, mas sim para dizer que aqui há gato. Algo me diz que todo este circo deprimente montado pelo governo e respectivo líder não passa de uma manobra para justificar a queda do governo, tal como aconteceu anteriormente com o Sócrates.
Não consigo acreditar que estes senhores sejam assim tão burros para ficarem a assistir em primeira fila ao naufrágio de Portugal, isto se não houver um retrocesso ou reavaliação na aplicação destas medidas. O melhor então é saltar borda fora enquanto há tempo.
Estou convicta que aqui há coisa mas deixe-me que lhe diga Sr Primeiro Ministro que quem ri por último ri melhor e consigo à frente desta cambada de incompetentes, ou não, como portuguesa que sou vou continuar a acreditar no salvação do meu pais e contribuir mesmo estando e continuando a ser literalmente roubada por Vossa Excelência, da melhor forma que puder para salvar o meu pais.

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